O LIVRO

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

NOSSA LITERATURA - Literatura Brasileira x Literatura Portuguesa


O maior problema que surge ao se iniciar o estudo da literatura brasileira é o da divisão das épocas literárias. Em virtude da colonização e da influência cultural que dela decorreu, a nossa produção literária foi sempre profundamente marcada pela portuguesa: daí a dificuldade de se estabelecer nitidamente a diferença entre literatura portuguesa feita no Brasil e literatura brasileira propriamente dita. A maioria dos críticos, no entanto, reconhece duas fases na nossa atividade literária, a a literatura da fase colonial e a literatura da fase nacional, às quais se poderia chamar também de literatura luso-brasileira e literatura brasileira.

Pode-se dizer que a Literatura Brasileira teve seu início no Quinhentismo, em 1500, quando Pero Vaz de Caminhas escreveu uma carta ao Rei de Portugal, descrevendo o Brasil. Esse foi o primeiro documento chamado de literatura brasileira, que deu origem a Literatura Informativa, que, hoje, conhecemos como fofoca.
texto original da carta de Pero Vaz de Caminha

    Com o tempo, o Padre José de Anchieta começou a escrever poemas, sermões, cartas e hinos com o objetivo de catequizar os índios brasileiros, a chamada Literatura Jesuíta. Nos próximos dois séculos, a literatura se resumiu a descrições de viajantes e textos religiosos, sendo marcada por conflitos espirituais e exagero de emoções do Barroco e pela simplicidade e realidade do Neoclassicismo, chamado pelos íntimos de Arcadismo.

Por volta de 1836, com a chegada da família real, o Brasil se modernizou e tomou formas próprias, copiando algumas características europeias, claro, como a idealização da mulher e o individualismo. E, assim, surgiu o Romantismo.

Quando o amor acabou, o realismo deu um jeito rápido de tomar o seu lugar, falando da realidade social e dos principais problemas do ser humano. Expandiu-se no país, principalmente pelas obras de Machado de Assis (Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, etc.) e Aluízio de Azevedo (O Mulato e O Cortiço).

No final de 1895 surgiu o parnasianismo com seus textos clássicos e sua poesia descritiva. Com temas mitológicos e descrições detalhadas, os poetas parnasianos diziam que faziam arte pela arte. Graças a esse jeito metido, eles foram chamados de criadores de uma literatura alienada, já que não falavam dos problemas sociais da época.

Chegando com tudo, na mesma época que o parnasianismo, o simbolismo trouxe sua linguagem difícil de entender e seus textos cheios de misticismo e religiosidade, valorizando os mistérios da morte e dos sonhos.
Embora os dois últimos movimentos tenham vindo pra dominar a literatura, eles não puderam superar o pré-modernismo com seus textos regionais e sua linguagem coloquial. O pré-modernismo não passava de uma transição, que trouxe seu positivismo, sua busca de valores tradicionais e valorização dos problemas sociais como um abre-alas para o modernismo, que teve seu inicio com a Semana de Arte Moderna em 1922 e se caracterizou pelo seu nacionalismo, seus temas do cotidiano urbano, sua linguagem com humor, liberdade no uso das palavras e seus textos diretos.

O Modernismo tinha tudo pra ficar, porém os escritores retomaram as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil, os assuntos místicos, religiosos e urbanos, criando, assim, o Neo-Realismo.

MAS O QUE ACONTECE NOS DIAS DE HOJE?



Acredito que, nessa era da internet, passamos por uma espécie de síndrome, que é exagerada e carente ao mesmo tempo. Afinal, a literatura nos dias de hoje possui mais gente escrevendo do que lendo. Podemos notar que se manifesta em muitos dos escritores atuais algumas características semelhantes à de alguns autores do pré-modernismo e do modernismo. Mas a verdadeira questão é: se o cenário atual da literatura possui cada vez menos leitores, para quem esses escritores vão escrever?


Com isso, o roteiro cinematográfico se fortalece, a narrativa fica muito vazada e direta, muitas cenas são perdidas e, aqueles que deveriam ser os leitores, passam a ser expectadores de filmes adaptados de livros.
Entre algumas adaptações, podemos destacar Macunaíma de Mário de Andrade, adaptada para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade, e Gabriela – Cravo e Canela de Jorge Amado, adaptada por Bruno Barreto.

Há casos em que a adaptação cinematográfica deixa a desejar em relação à obra literária, não revelando o que a obra tem de importante ou, até mesmo, excluindo o verdadeiro sentido da história. Mesmo que as adaptações de grandes títulos da literatura brasileira não substituam a leitura dos livros, ver os personagens de clássicos nas telas do cinema ou da TV pode motivar os estudantes a retornar aos textos com outra visão da narrativa. Não se pode condensar toda a obra em algumas horas, mas assistir às adaptações é um método válido como ponto de partida, pois tende a aguçar a curiosidade para mais detalhes da história contada, fazendo dos filmes uma ligação até os livros.

Nas próximas postagens iremos estudar cada escola literária desde a Literatura Informativa até à Atualidade.


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