O LIVRO

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

NOSSA LITERATURA - 30 de Janeiro - Dia do Quadrinho Nacional e seus 145 anos de história


"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."
       Paulo Freire


   
O ALIENISTA - em quadrinhos - MACHADO DE ASSIS
As histórias em quadrinhos começaram a aparecer no Brasil no século XIX. Mas antes de se apresentarem em tiras, assumiam forma de charges e caricaturas. No dia 30 de janeiro de 1869, o cartunista Angelo Agostini publicou a primeira história em quadrinhos brasileira, As aventuras de Nhô-Quim, ou Impressões de uma Viagem à Corte. E, a partir de 1984, a data passou a celebrar o Dia do Quadrinho Nacional.

acional.




Angelo Agostini


Em 30 de janeiro de 1869 Angelo Agostini, italiano que chegou ao Brasil com 16 anos e aqui passou toda sua vida, começou a publicar na revista Vida Fluminense As aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte, contando as hilárias aventuras de um caipira perdido no Rio de Janeiro, considerada a primeira história em quadrinhos propriamente dita do Brasil. Enquanto outras obras parecidas com HQs já haviam aparecido por aqui, Agostini foi o primeiro a contar uma história sequencial, com personagens fixos e recursos que são muito modernos até hoje, como enquadramentos "cinematográficos" e ganchos no final de cada edição, o que qualquer leitor de gibis de super-heróis conhece muito bem. Alguns apontam esta como a primeira graphic novel que se tem notícia. Em homenagem ao ilustrador famoso, que ainda teve outro personagem, Zé Caipora, e colaborou com importantes publicações como a infantil O Tico-Tico, há 29 anos a Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo criou o Prêmio Angelo Agostini, uma das mais importantes premiações do quadrinho nacional. Mas não para por aí, porque este grande pioneiro abriu o caminho pra muitos outros criadores talentosíssimos.
Mauricio de Souza e sua turminha
Sem dúvidas a mais conhecida HQ brasileira no Brasil e no mundo é A Turma da Mônica, de Maurício de Souza, que começando com o Bidu em 1959 nas tirinhas da Folha de São Paulo, até hoje encanta crianças e adultos com personagens  como Mônica (que começou como coadjuvante nas tirinhas do Cebolinha mas logo roubou a cena, ganhando revista própria em 1970), Cebolinha, Cascão , Magali , Chico Bento, que em 1963 tomou pra si a tirinha do "Zezinho e Hiroshi" e ganhou sua turma, com várias revistas, desenhos, filmes e produtos licenciados em mais de 40 países.

Ziraldo
Outra lenda do gibi brasileiro é o grande cartunista Ziraldo, que em 1980 começou a contar as aventuras do Menino Maluquinho, cujas incríveis brincadeiras e peraltices lembram a infância de todo mundo. O personagem se tornou tão popular que inspirou dois filmes e várias montagens no teatro.
A Educação por Ziraldo:
 De acordo com o cartunista e escritor Ziraldo, a única saída para a evolução é a prática da leitura, ler ainda é o melhor remédio, tanto para a  interpretação quanto para a produção textual. Em suas entrevistas, ele faz questão de enfatizar a importância da leitura critica e também apenas como entretenimento. Em suas palavras, "menino tem, antes de tudo, que aprender a ler e escrever como quem respira. Com um detalhe: tem que aprender a gostar de ler, a descobrir que o livro é o melhor amigo...", ele ressalta o quanto a literatura é capaz de ampliar a visão de mundo, fundamentar a cidadania e elevar competências e habilidades. Para o autor, leitura não é obrigação e sim um hábito que deve ser agradável e enriquecedor.

Falando em cartunistas, o Brasil é casa de uma legião de grandes artistas, começando pelo gigante Henfil e sua Graúna, Laerte e os Piratas do Tietê, Angeli e Chiclete com Banana, Glauco e Geraldão, Adão Iturrusgarai e Aline, Fernando Gonsales e Niquel Nausea, Caco Galhardo e Os pescoçudos... Sem falar, é claro, no genial Millôr Fernandes.











segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

NOSSA LITERATURA - Literatura Brasileira x Literatura Portuguesa


O maior problema que surge ao se iniciar o estudo da literatura brasileira é o da divisão das épocas literárias. Em virtude da colonização e da influência cultural que dela decorreu, a nossa produção literária foi sempre profundamente marcada pela portuguesa: daí a dificuldade de se estabelecer nitidamente a diferença entre literatura portuguesa feita no Brasil e literatura brasileira propriamente dita. A maioria dos críticos, no entanto, reconhece duas fases na nossa atividade literária, a a literatura da fase colonial e a literatura da fase nacional, às quais se poderia chamar também de literatura luso-brasileira e literatura brasileira.

Pode-se dizer que a Literatura Brasileira teve seu início no Quinhentismo, em 1500, quando Pero Vaz de Caminhas escreveu uma carta ao Rei de Portugal, descrevendo o Brasil. Esse foi o primeiro documento chamado de literatura brasileira, que deu origem a Literatura Informativa, que, hoje, conhecemos como fofoca.
texto original da carta de Pero Vaz de Caminha

    Com o tempo, o Padre José de Anchieta começou a escrever poemas, sermões, cartas e hinos com o objetivo de catequizar os índios brasileiros, a chamada Literatura Jesuíta. Nos próximos dois séculos, a literatura se resumiu a descrições de viajantes e textos religiosos, sendo marcada por conflitos espirituais e exagero de emoções do Barroco e pela simplicidade e realidade do Neoclassicismo, chamado pelos íntimos de Arcadismo.

Por volta de 1836, com a chegada da família real, o Brasil se modernizou e tomou formas próprias, copiando algumas características europeias, claro, como a idealização da mulher e o individualismo. E, assim, surgiu o Romantismo.

Quando o amor acabou, o realismo deu um jeito rápido de tomar o seu lugar, falando da realidade social e dos principais problemas do ser humano. Expandiu-se no país, principalmente pelas obras de Machado de Assis (Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, etc.) e Aluízio de Azevedo (O Mulato e O Cortiço).

No final de 1895 surgiu o parnasianismo com seus textos clássicos e sua poesia descritiva. Com temas mitológicos e descrições detalhadas, os poetas parnasianos diziam que faziam arte pela arte. Graças a esse jeito metido, eles foram chamados de criadores de uma literatura alienada, já que não falavam dos problemas sociais da época.

Chegando com tudo, na mesma época que o parnasianismo, o simbolismo trouxe sua linguagem difícil de entender e seus textos cheios de misticismo e religiosidade, valorizando os mistérios da morte e dos sonhos.
Embora os dois últimos movimentos tenham vindo pra dominar a literatura, eles não puderam superar o pré-modernismo com seus textos regionais e sua linguagem coloquial. O pré-modernismo não passava de uma transição, que trouxe seu positivismo, sua busca de valores tradicionais e valorização dos problemas sociais como um abre-alas para o modernismo, que teve seu inicio com a Semana de Arte Moderna em 1922 e se caracterizou pelo seu nacionalismo, seus temas do cotidiano urbano, sua linguagem com humor, liberdade no uso das palavras e seus textos diretos.

O Modernismo tinha tudo pra ficar, porém os escritores retomaram as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil, os assuntos místicos, religiosos e urbanos, criando, assim, o Neo-Realismo.

MAS O QUE ACONTECE NOS DIAS DE HOJE?



Acredito que, nessa era da internet, passamos por uma espécie de síndrome, que é exagerada e carente ao mesmo tempo. Afinal, a literatura nos dias de hoje possui mais gente escrevendo do que lendo. Podemos notar que se manifesta em muitos dos escritores atuais algumas características semelhantes à de alguns autores do pré-modernismo e do modernismo. Mas a verdadeira questão é: se o cenário atual da literatura possui cada vez menos leitores, para quem esses escritores vão escrever?


Com isso, o roteiro cinematográfico se fortalece, a narrativa fica muito vazada e direta, muitas cenas são perdidas e, aqueles que deveriam ser os leitores, passam a ser expectadores de filmes adaptados de livros.
Entre algumas adaptações, podemos destacar Macunaíma de Mário de Andrade, adaptada para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade, e Gabriela – Cravo e Canela de Jorge Amado, adaptada por Bruno Barreto.

Há casos em que a adaptação cinematográfica deixa a desejar em relação à obra literária, não revelando o que a obra tem de importante ou, até mesmo, excluindo o verdadeiro sentido da história. Mesmo que as adaptações de grandes títulos da literatura brasileira não substituam a leitura dos livros, ver os personagens de clássicos nas telas do cinema ou da TV pode motivar os estudantes a retornar aos textos com outra visão da narrativa. Não se pode condensar toda a obra em algumas horas, mas assistir às adaptações é um método válido como ponto de partida, pois tende a aguçar a curiosidade para mais detalhes da história contada, fazendo dos filmes uma ligação até os livros.

Nas próximas postagens iremos estudar cada escola literária desde a Literatura Informativa até à Atualidade.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

NOSSA HISTÓRIA - 460 anos da história de São Paulo


No dia 25 de janeiro, a cidade de São Paulo completa 460 anos. Em homenagem aos 460 anos da cidade, o Arquivo Público de São Paulo separou documentos do acervo que representam a história da capital paulista. 
Confira o álbum Vistas de São Paulo que o site disponibilizou para o público neste link, clique aqui

Mais informações acesse o link, clique aqui
Facebook do Arquivo , clique aqui 

ilustração acima parte da capa da revista Vida Paulista, Edição 116 de de maio de 1908. 


NOSSA LITERATURA - Monteiro Lobato - O escritor é influenciado pelo mundo grego desde a adolescência



A partir da curiosidade de entender como a cultura clássica, especialmente a grega, podia ter tanta força na obra de Monteiro Lobato e na cultura brasileira no início do século 20, a revisora pedagógica Raquel Endalécio elaborou a dissertação de mestrado "A (re)construção do mundo clássico na obra de Monteiro Lobato: fontes e procedimentos". O trabalho, orientado pelo professor Marcos Antonio de Moraes  mostra que a ligação de Lobato com a cultura grega é muito antiga.

Apresentado ao Instituto de Estudos Brasileiros da USP em abril de 2013, o estudo também se revelou como uma discussão sobre o processo de criação do escritor.

Por meio da análise da obra publicada (adulta e infantil), das correspondências e das cadernetas de notas do autor (conservadas na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato), nota-se que, desde a adolescência, o mundo clássico já estava presente na vida do escritor, e, desde então, não o deixou mais. No exame do material, nota-se também que há referências gregas não apenas no seu cotidiano de autor, mas também em âmbitos relacionados à sua vida pessoal, o que pode ser notado, por exemplo, na maneira pela qual Lobato concebia o amor.

Lobato e a Grécia
Monteiro Lobato é autor de diversas obras que trazem elementos do mundo grego. O "Minotauro e Os Doze Trabalhos de Hércules", por exemplo, são produções que mostram que o escritor possuía um grande vínculo com a Grécia, visto que são narrativas ricas em detalhes da Antiguidade.

Foi justamente esse ponto que despertou a curiosidade de Raquel, pois, para saber tanto sobre a Antiguidade Clássica, a ligação de Lobato com o mundo grego deveria ser muito profunda. "Encontramos a Grécia em um bilhete do menino Lobato à mãe, ou em cartas apaixonadas à noiva, em traduções de clássicos e nos sucessos de sua obra infantil."

A investigação na vida autoral e íntima de Monteiro Lobato permitiu que a pesquisadora descobrisse mais não apenas sobre a ligação do escritor com a Grécia Antiga, mas, inclusive, sobre o processo de produção literária do escritor. O seu íntimo relacionamento com o tema se reinventava e também possuía uma grande responsabilidade em relação ao caráter envolvente da obra do autor.

"A criação, na verdade, é uma recriação de distintas experiências. Percebi que, apesar das infindas leituras de Lobato, muito se realizou em sua obra pela troca de cartas com os amigos, pela vivência na fazenda do avô, nas suas editoras, na política. Percebi que, para ele, tudo fazia parte de seu processo de criação, não apenas suas leituras."

Outra surpresa foi perceber que a obra de Lobato é marcada por um processo de criação e recriação, em que o autor não se considerava como suficiente, e que a inspiração não vinha do nada. "É gratificante encontrar um manuscrito, uma carta ao amigo, ou mesmo um pedido de um leitor, realizado no texto. Perceber que não existe pura 'inspiração' no trabalho literário, mas, antes de tudo, leituras, relações pessoais, vida cotidiana e trabalho."

 texto por Ana Paula Souza - Agência USP de Notícias

OS LIVROS:

                                                                     Sinopse:
 Ninguém chamou mais a atenção de Dona Benta naquela festa do que um jovem de nariz feio. A sábia senhora, matriarca do Sítio do Picapau Amarelo, encontrava-se emocionada diante de ninguém menos do que o jovem Sócrates, em pessoa, o mesmo que viria a se tornar um dos maiores filósofos de todos os tempos. Enquanto a avó e sua neta Narizinho frequentavam os elegantes salões atenienses do século de Péricles; Emília, Pedrinho e o Visconde de Sabugosa se envolviam numa aventura com os semideuses e as criaturas mitológicas da Grécia Antiga. Mas, afinal, o que o pessoal do Sítio estava fazendo tão longe do Vale do Paraíba e tantos milênios no passado? Óbvio! Eles foram até lá para salvar Tia Nastácia, que havia sido raptada por monstros no casamento da Branca de Neve enquanto se distraía com o cozimento de mil faisões... Será que eles vão conseguir trazê-la de volta?

 Assista ao episódio de "O Minotauro" no programa Sítio do Pica pau Amarelo em 1978, abaixo




Sinopse: 
Os doze trabalhos de Hércules é um livro infantil em dois volumes, escrito por Monteiro Lobato e publicado em 1944.
Após visitar a Grécia Antiga em O Minotauro, e testemunhar a morte da Hidra de Lerna, Pedrinho fica obcecado com Hércules e decide retornar com Emília e Visconde para presenciar os outros onze trabalhos do grande herói grego. Chegando à Neméia, o trio sobe em uma árvore para evitar o Leão da Nemeia, e vêem quando Hércules chega e falha nas tentativas de matar a fera com flechas e clava, já que o animal é invulnerável. Sabendo como a história termina, eles o ajudam, gritando "sufoque-o, senhor Hércules!", o que lhes rende a amizade do herói.


os doze trabalhos de Hércules












terça-feira, 21 de janeiro de 2014

NOTÍCIAS - Encenação da Fundação da Vila de São Vicente - 482 anos

São Vicente estará completando 482 anos nesta terça-feira (22/01), data que será comemorada a partir de sábado (19/01). A encenação da Fundação da Vila de São Vicente, em sua 31ª edição, será um musical, com a presença dos atores Carlos Casagrande, Cláudio Fontana e Hélio Cícero.

Encenação da Vila de São Vicente (19 a 22 de Janeiro de 2014)
Local: Praça Tom Jobim, sem número – Gonzaguinha
Horário: 20 horas
Entrada: 800 gramas de achocolatado ou leite em pó

Este ano, pessoas de outros países, como Peru, Portugal e Equador, vieram para participar do musical, junto dos atores da comunidade. Entre elas, está a atriz mexicana Gabriela Rosas. Para ela, a Encenação deve integrar toda a população. “A história é muito interessante, é parte da raiz da cidade. É importante integrar todos, principalmente os jovens. Devemos agir como se não houvesse fronteiras”, diz.

No total, 27 mil pessoas devem assistir as apresentações. A intenção deste ano é emocionar a plateia, de acordo com o secretário de Cultura do município, Amauri Alves. “Teremos grandes nomes no elenco, como Oscar Magrini, Hélio Cícero e Armando Babaioff, para abrilhantar o espetáculo. Estamos ansiosos e preparados para emocionar quem vier nos assistir”, diz.
Ingressos
Quem quiser assistir às apresentações da Encenação da Fundação da Vila de São Vicente já pode garantir os ingressos. É preciso doar uma lata ou um pacote de 400 gramas de leite em pó. As doações serão encaminhadas para o Fundo Social de Solidariedade e, posteriormente, distribuídas entre as creches do município.

A troca pode ser feita na arena montada na Praia do Gonzaguinha, em diversos supermercados e no shopping da Vip-X, no Centro. Estão disponíveis 5.260 ingressos para cada dia de espetáculo.

Na arena, a troca pode ser realizada das 9h às 18h. Já nos outros postos, o horário respeita o funcionamento dos locais. O público poderá trocar os ingressos até os dias dos espetáculos, ou até quando restarem ingressos.

NOSSA HISTÓRIA - São Vicente ou Gohayó, a Primeira Vila do Brasil


SÃO VICENTE ou GOHAYÓ  (SÃO PAULO)
Bandeira de São Vicente
"A Primeira Vila Brasileira"


"Cellula-Mater da Nacionalidade" "Berço da Democracia nas Américas"

Contudo, a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados (...). As águas são muitas, infinitas. Em tal maneira (a terra) é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo: por causa das águas que tem.
                     Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal

  Também ao sul a costa era generosa. E naquele 22 de janeiro Martim Afonso desembarcava em Tumiaru, que no linguajar do gentio significava ''lugar de mantimentos'' - uma das praias da ilha de São Vicente, ou do Gohayó, como a denominavam os índios, e que quer dizer ''campo de bom acolhimento, de alimentos e água". E a todos pareceu tão bem esta terra que, relata Pero Lopes de Souza, Martim Afonso a mandou povoar.
  Hospitaleiro, recebeu o solo paulista a primeira vila erguida no continente, nela levantando-se o pelourinho, erguendo-se a Casa da Câmara; provendo o capitão-mor, Martim Afonso, os ofícios da justiça e da administração. Situada na extremidade sul das terras assinaladas aos portugueses pelo Tratado de Tordesilhas, seu povo estava vocacionado a ampliar espaços, a dilatar fronteiras, avançando sobre os quatro pontos cardeais.
Cosmopolita, já em sua origem, São Vicente reuniu não só gente de nacionalidade diversa, como os Adorno, de Genova, o inglês John Withal, entre outros, mas carreou também capitais de importantes centros europeus, como o aportado para o engenho de São Jorge por Erasmo Schetz, de Antuérpia - precoce manifestação da atratividade de São Paulo para investimentos internacionais.
  De origem Tupi, a designação de GOHAYÓ para o particular acidente geográfico que é a ilha de São Vicente, nos foi transmitida definitivamente por Martim Afonso de Sousa. por meio de uma carta de sesmaria passada em favor de Pêro Góis, em Piratininga, em 10 de outubro de 1532, confirmando as designações cartográficas anteriores, de Kunstmann e dos Reinel datadas do início do século XVI, que assinalam a Ilha dos GOIANOS, GUAIANOS e GUANÁS. Quanto a denominação cristã até hoje mantida, devemos a André Gonçalves e a Américo Vespúcio que, em 1502, fundearam seus navios no Rio que chamaram "São Vicente", em homenagem ao santo do dia.
  Até o ano de 1502, GOHAYÓ e suas formas paralelas de grafia - GOAIHÓ, GOHAIÓ, GUAIAHÓ ou GUAIAÓ - prevaleceram a denominação da Ilha. Mas, depois daquele ano de 1502, o nome São Vicente passou a substituir normal e permanentemente o antigo nome tupi.
  De grande importância é se descobrir que a origem primitiva do nome da cidade, se refere à boa acolhida que os ''visitantes'' pré-coloniais encontraram na região: marinheiros cansados, com sede ou fome que, ao fim de longos meses de viagem ou até então hostilizados na costa, sem acolhida e provisões, puderam encontrar na bela Ilha conforto. Alguns ''viajantes'' afirmam que os indígenas da Ilha de São Vicente eram em grande número e amigos, sempre dispostos a recebê-los. E esta gente, capaz de agasalhar outras gentes
e prover Armadas de produtos da terra, não seriam os próprios Goyanos, chamados pelos portugueses de "Guaiónases" ou "Goianases"? Teria sido então esta terra a primeira residência e a morada, a pátria de origem dos Guaianazes antes de sua passagem para o Planalto ou para o Campo? 
Tentarei neste blog ampliar o conhecimento desta história que é também a minha história desde que adotei a cidade de São Vicente como a minha morada e de meus filhos desde o ano de 1996. 

Brasão de São Vicente


HOJE, DIA 22 DE JANEIRO DE 2014 SÃO VICENTE COMPLETA 482 ANOS E SERÁ CELEBRADA NOVAMENTE COM A APRESENTAÇÃO DO MAIOR TEATRO EM AREIA,  A ENCENAÇÃO DA FUNDAÇÃO DA VILA DE SÃO VICENTE EM SUA  31ª  EDIÇÃO, informações na próxima postagem.



Dados da Wikipedia - São Vicente - é um município da Microrregião de Santos, na Região Metropolitana da Baixada Santista, no estado de São Paulo, no Brasil. A sua população, em 2010, era de 332 445 habitantes. A sua área é de 148 km², o que resulta numa densidade demográfica de 2 123,73 habitantes por quilômetro quadrado.

Foi a primeira vila fundada pelos portugueses na América, em 1532. Nesse mesmo ano, a 22 de agosto, ocorreu a primeira eleição da América, onde foram escolhidos os primeiros oficiais da Câmara, atualmente equivalente ao cargo de vereador.  Hoje, a cidade, situada na metade ocidental da Ilha de São Vicente, que compartilha com Santos, baseia a sua economia no comércio e turismo.






NOSSA MÚSICA - Conceito: O que é música

O que é Música?


A música (palavra derivada do idioma grego e cujo significado é “a arte das
musas”) pode ser definida como uma sucessão de sons e silêncios organizados com
equilíbrio e proporção ao longo do tempo.
A música é uma criação essencialmente humana. É uma prática cultural
presente em todo e qualquer grupo humano. Não se conhece nenhuma civilização ou grupo social que não tenha produzido ou possua manifestações musicais próprias.
Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada uma forma de arte: A ARTE DOS SONS!
   A música é uma linguagem que pode ser definida e interpretada de várias
maneiras, em sintonia com o modo de pensar e com os valores de cada época ou cultura em que foi produzida. Muitos instrumentos musicais utilizados hoje, por exemplo, sequer existiam há tempos atrás. Na música contemporânea, por exemplo, é comum utilizarmos “ruídos”, sons considerados “não musicais”, fato inadmissível na Idade Média.


Minha Canção

Do espetáculo “Os Saltimbancos”
Enriquez - Bardotti - Chico Buarque

Dorme a cidade
Resta um coração
Misterioso
Faz uma canção
Soletra um verso
Lá na melodia
Singelamente
Dolorosamente
Doce a música
Silenciosa
Larga o meu peito
Solta-se no espaço
Faz-se certeza
Minha canção
Réstia de luz onde

Dorme o meu irmão


NOSSA LITERATURA - Conceito: O que é literatura


O que é literatura?



"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social.
O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das verdades fatuais. Os fatos que manipula não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um julgamento das coisas humanas, um sentido da vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da vida, o qual sugere antes que esgota o quadro.
A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana."

Afrânio Coutinho



    
Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


 Mário QUINTANA. Esconderijos do tempo. Porto Alegre, L&PM, 1980.